terça-feira, 6 de outubro de 2009

Conhecendo o Subúrbio Ferroviário







No bairro de Escada, no subúrbio ferroviário podemos encontrar a primeira igreja erguida com pedras na Bahia. Datada de 1536, a Igreja de Nossa Senhora da Escada foi refúgio do Padre José de Anchieta, e desde 1962 é tombada pelo Ipham (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Nela se encontra a imagem da padroeira do lugar, que foi esculpida no início do século XVIII e que tem aos seus pés uma escada dourada onde estão dois anjos, justificando o nome desta localidade. A devoção a Nossa Senhora da Conceição da Escada sobrevive há mais de 470 anos, e é festejada com procissão, missa festiva e novena. Uma placa colocada na parede lateral da capela indica: “Aos 16 de abril de 1638 aqui desembarcaram forças holandesas ao mando do Príncipe de Nassau”. Na Escada localiza-se também a Biblioteca Comunitária Paulo Freire, que atende a boa parte do subúrbio ferroviário.


Ela é muito parecida com a nossa igreja de Santana, erguida no Engenho de mesmo nome, construído por Mem de Sá na década de 1540, no atual Rio do Engenho e doado aos jesuítas. Na descrição do monumento diz a matériade um jornal: “a igreja é de estilo jesuítico, com uma entrada principal cercada por muretas baixas”. Diz ainda que, a Igreja de Nossa Senhora da Escada, em Salvador, possui características únicas, e que o alpendre (espécie de varanda colonial), era comum nas construções rurais dos primeiros séculos da colonização brasileira. É dito que a mesma assemelha-se a outras construções jesuíticas feitas na Bahia, “como as igrejas de São José do Jenipapo, no município de Castro Alves, de Nossa Senhora da Ajuda, em Cachoeira, e de Santo Antonio dos Velasques, na Ilha de Itaparica”.





Após conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Conceição o turista pode fazer um passeio pelo subúrbio usando o trem como meio de transporte. Ao longo caminho do trem, pode-se observar construções antigas. Do outro lado o trem tem seu caminho todo com a vista pro mar. O trem passou por uma reforma recente, pois já estava em situação crítica. Hoje a viagem torna-se mais agradável a todos.









Após o passei de trem, que tal uma parada no bairro de Plataforma para saborear uma deliciosa moqueca no Restaurante Boca de Galinha?

O nome surgiu depois que Nilton Souza, o proprietário, apartou uma briga no bairro. Um amigo que era chamado de Boca de Galinha e não gostava, partiu pra briga quando alguém gritou o apelido na rua. Nilton tomou o apelido pra si e evitou o confronto: - "Ele tá falando é comigo". Do lado de fora não existe placa indicando o local, mas todo mundo sabe dizer onde fica. Nos dias de sexta, sábado e do
mingo a grande quantidade de carros estacionados na porta também dá a dica da localização. O restaurante é simples. Tem mesas e cadeiras de plástico e garçons de bermuda e chinelo. De requintada, a vista da Baía de Todos os Santos. A grande varanda, onde ficam as mesas, fica de frente para a enseada do Tanheiros, a península de Itaparica e a igreja da Penha. Para fazer o pedido, uma olhadinha no caderninho do garçom, onde os pratos do dia estão escritos à mão. Geralmente tem moquecas de vermelho, dourado e beijupirá por R$ 24,00. A Moqueca de camarão custa R$ 40,00. As porções são para quatro pessoas. O negócio é mantido pela família de Seu Nilton. Filhos, sobrinhos, cunhados e a mulher dele, Edmar, responsável pelo tempero famoso. Nos fins de semana, é bom chegar cedo. Por volta de uma hora da tarde, as 54 mesas já estão ocupadas. A maioria dos clientes vem de bairros distantes: Brotas, Barra, Imbuí, Pituba, e até de outros estados. O Boca de Galinha fica ao lado da ferrovia, na parte alta. Não se assuste quando a estrutura balançar um pouco e os clientes gritarem: " Olha o trem, olha o trem!". Quando o trem passa é um verdadeiro alvoroço. Para o advogado Neron Landim, morador de Salvador, que estava no restaurante pela primeira vez, esse é o grande diferencial do lugar. "O melhor é o trem passando. Parece a "ola" do futebol".

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